Ainda não é totalmente viável projetar todas as aplicações possíveis da Inteligência Artificial nos processos corporativos de Treinamento e Desenvolvimento. Mas já dá para afirmar que quase tudo vai mudar.
A aplicação de algum tipo de Inteligência Artificial em processos de aprendizagem não é exatamente uma novidade. Há vários anos empresas que atuam no segmento de Treinamento & Desenvolvimento buscam formas de otimizar as suas soluções fazendo uso de algoritmos, machine learning, assistentes virtuais, programas de LMS robustos etc.
Tudo isso, de uma forma ou de outra, pode ser considerado uma forma de IA e muitos desses artifícios têm colaborado para que a experiência de aprendizagem seja mais fluida, intuitiva e, por que não, divertida.
Corta para 2023.
Parece que estamos à beira de um salto grande, enorme, quando falamos de IA de maneira geral e também com foco em T&D, não é mesmo?
E, por incrível que pareça, não estamos falando “apenas” de bots, ChatGPT, Bard, Adobe Firefly ou qualquer outra solução que alguma big tech tenha lançado nas últimas semanas.
Estamos falando de uma verdadeira revolução na forma como os treinamentos são construídos, em primeiro lugar. E, ainda que tudo seja recente, á há quem esteja fazendo acontecer, como é o caso da ReFrame Learning.
Conforme Renato Gangoni, CEO da companhia, explica de maneira bastante didática no episódio número #8 do podcast ReTalks by ReFrame, é possível dividir a evolução da Inteligência Artificial em três etapas bem distintas. “Primeiro, veio o que eu chamo de ‘secretaria’, assistentes virtuais e chatbots, que, através de um processo de machine learning ainda rudimentar, ajudava na comunicação e apresentação de alguns conteúdos para os alunos e participantes. Agora, chegamos a um estágio de ferramentas como ChatGPT, Bard, etc., que são muito mais sofisticadas e elaboradas e são capazes de ajudar na produção e aprimoramento de boa parte do conteúdo de treinamento, além de oferecer alguns insights valiosos. E há uma terceira etapa, que para mim é a mais interessante e fascinante, que é quando a Inteligência Artificial passa a te ajudar na formulação da estratégia do treinamento em si. É aqui que todo o potencial da IA passa a ser aproveitado por quem trabalha em T&D”, conta ele.
Inteligência Artificial ajudando na estratégia
Sim, para além de funções meramente operacionais, em que a IA serve como ferramenta para a comunicação junto aos usuários, ou mesmo colaborando na construção dos conteúdos em si, há uma outra via sendo construída em que a Inteligência Artificial contribui com a elaboração das estratégias de aprendizagem, algo muito mais sofisticado e que pode, de fato, trazer um grande impacto para as organizações e a forma como o capital humano é desenvolvido.
“Vejo muita gente preocupada com uma possível obsolescência dos profissionais de T&D e a substituição de mão de obra, de maneira geral, pela Inteligência Artificial, mas não acho que esse deva ser o foco. Pelo menos nesse primeiro momento, até que esse modelo seja mais bem treinado e desenvolvido, vejo muito mais uma aceleração e otimização de processos. As pessoas continuarão sendo fundamentais, a questão é o que devemos aprender para que possamos ter na IA uma grande aliada nos processos operacionais, táticos e estratégicos em T&D”, diz Gangoni.
Na prática, a aplicação da IA ainda antes do treinamento em si, na fase de diagnóstico e planejamento, ajuda a potencializar o processo como um todo, afinal toda a parte de análise de dados, isolamento de variáveis, establecimento de KPIs, testes e análises de grupo-controle, passa a ser exequível sob uma abordagem também de predição. Ou seja, a Inteligência Artificial pode antecipar muitas das barreiras, inconsistências e desafios que aparecerão nas etapas subsequentes do treinamento e já oferecer novos caminhos e soluções para que a estratégia do treinamento seja desenhada da maneira mais assertiva possível.
É por isso que a chave dessa questão não reside em colocarmos a Inteligência Artificial como vilã (ou heroína), sem questionamentos, mas em entender de que maneira ela poderá servir ao própósito maior de qualquer treinamento: levar as pessoas a acessar novos conhecimentos e adotar novas atitudes para performar melhor, gerando mais resultados.
Para saber mais, confira o podcast ReTalks by ReFrame. Lá você poderá conferir mais detalhes sobre todo o potencial apresentado pela Inteligência Artificial junto aos processos de aprendizagem corporativa: https://www.youtube.com/watch?v=i42k5WydOIQ&t=122s.